segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Trajeto de um Aluno Numa Classe Inclusiva



Arlete pereira da Silva & Lucimar V. ascimento
O objetivo da atividade é estruturar uma apresentação em grupo sobre como seria o trajeto de um aluno com deficiência visual, Cegueira Total, numa classe inclusiva. Considere que esse aluno está começando seu ano letivo no 1ª ano do Ensino Médio, tem receio de iniciar uma nova turma, nessa nova etapa de seus estudos. No seu imaginário, tudo será novo: escola, turma, ambiente, tudo precisa de nova adaptação. Pensa que será melhor fazer modular porque terá atenção voltada para si.
Perfil do Aluno
  • Idade: 32 anos
  • Série: 1º ano Ensino Médio
  • Sexo: Masculino
·         Dificuldades específicas: Receio de começar em uma nova escola com uma nova turma, numa etapa mais avançada. Faltam escolas adaptadas, faltam livros em Braille tanto nas bibliotecas públicas quanto no comércio. As cidades não são preparadas para as minorias e entre elas está o deficiente visual. O desnível entre uma calçada e a calçada contígua. O estacionamento irregular de automóveis nas calçadas e muitas vezes lixeiras que também interrompem a circulação.
  • Deficiência: Cegueira total.
  • Conhecimentos prévios do aluno: Leitura em Braille, iniciação a computação, uso do DOSVOX,
  • Experiências do aluno:
  1. Já carrega consigo a vivência de sala de aula inclusiva e experiência de acompanhamento em sala de recursos, aulas com uso do programa de computador DOSVOX, além de manusear celular.
  2. Consegue se locomover no ambiente familiar, no ambiente escolar, com o uso de bengala ou auxílio de alguém (família ou colega), devido a familiaridade que já possui com estes ambientes. Ambientes novos são desafios, o que faz com que a nova escola será um novo começo.
  3. Ambientes abertos, ruas e acesso a qualquer outro lugar, só com ajuda de um guia.
  4. Em breve começará aulas de instrução e práticas de locomoção com o uso de bengala sem um guia para auxiliar.
  5. Popularmente é bastante conhecido por tocar teclado em festas locais, pela sua simpatia e auto-estima.
  6. Faz curso de computação pela associação comercial da cidade e tem acompanhamento na sala de recursos.
  7. O aluno já é estudante, terminando o Ensino Fundamental, precisa mudar de escola para continuar no Ensino Médio.
·         Planejamento do Professor:
 O professor ao iniciar o processo educacional com este aluno, deverá fazer o diagnóstico do mesmo, conhecer suas limitações, capacidades e dificuldades de aprendizagem. Pesquisar sobre a deficiência, conversar com a família para conhecer as necessidades e a rotina. Buscar apoio na equipe pedagógica e os demais e parcerias possíveis.
·         Adaptação do aluno à sala:
O professor deverá agir naturalmente, bem como todos os demais colegas. Deixar o aluno falar, movimentar-se livremente para adquirir autonomia em sala, promovendo a socialização. Conversar com todos, orientando para colaborar nas necessidades dele. Nessa fase de adaptação, é preciso respeitar o seu desenvolvimento e suas limitações.
·         Adaptações físicas da sala:
É necessário adaptação da sala deixando espaços para facilitar a locomoção do aluno. O professor deverá promover a organização dos materiais, a comunicação oral, favorece o conhecimento do ambiente escolar, utilizar métodos e técnicas específicas de trabalho, instalar equipamentos especiais, bem como algumas adaptações ou adições curriculares. Cabe a escola a responsabilidade de prover os auxílios necessários para que o aluno se capacite e possa interação e se integrar no grupo social.
·         Instalação de artefatos tecnológicos necessários:
Há uma imensa quantidade de dispositivos tecnológicos que podem ser usados para auxiliar um deficiente visual e inseri-lo no processo escolar. Os dispositivos mais usados incluem: computadores, Sintetizadores de voz, Linhas Braille, Impressoras Braille, Impressão aumentada gerada por software, Gravação de textos com indexação e sincronismo, Recursos não ópticos (material dourado Montessoriano), Livros falados e o sistema Daisy.
Adaptar as metodologias de acordo com a deficiência, e trabalhar avaliação de forma diferenciada, observando as particularidades desse aluno. Conversar com os demais alunos sobre a deficiência visual, reforçando valores, tais como, solidariedade, respeito, diálogo, de forma que não haja preconceito nessa inclusão.
·         Ações de acolhimento coletivas, que incluam os demais alunos e outros atores da escola:
Deve haver promoção der situações acolhedoras por meio do professor e escola, desenvolvendo atividades coletivas, para que as dificuldades sejam diluídas e superadas pela qualidade de solicitação do meio, pel
Deverá promover atividades cotidianas para que o aluno com da ajuda do professor e cooperação dos colegas não-deficientes.
·         Desenvolvimento de atividades visando integração com os outros alunos: Deficiência visual tenha uma vida mais prazerosa, relacionando-se satisfatoriamente com o ambiente e as pessoas com quem convive. Pode promover peças teatrais, locução de programa de radio na escola, apresentação oral de trabalhos, etc.
·         Execução de exercícios e provas:
A avaliação poderá ser oral, possibilitando ao aluno a expressão do pensamento, sabendo escrever o braile, o professor que já tenha domínio ou tenha um tradutor, poderá utilizar esse meio para avaliação. Deve–se deixar que o aluno realize as atividades, nunca a família ou colegas, que estes apenas o auxilie.
·         Trabalhos cooperativos com outros alunos:
O trabalho em grupo promove trocas de conhecimentos, exercita a capacidade de comunicação. A interação, a criatividade e o compromisso são fatores que contribuem para que o deficiente visual supere suas dificuldades e valorize suas habilidades cognitivas. Deve-se incentivar o aluno a participar oralmente das atividades. Os demais podem transcrever as conclusões.
·         Avaliação do aluno. Avaliação do aluno:
A avaliação poderá ocorrer diariamente por meio de acompanhamento de todas as atividades realizadas pelo aluno de forma oral em sala quando individualizada ou registrando seus avanços e dificuldades em relação aos conteúdos trabalhados, valorizando suas conquistas.
·         Interação com a família do aluno:
Deve-se envolver a família às atividades escolares, conscientizando-a, de que a relação entre educação e família, pode proporcionar ao aluno uma estrutura sadia e equilibrada, para a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, sendo capazes de interagir e intervir na realidade. É preciso passar informações relevantes sobre objetivos, recursos, problemas da escola, e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da educação.

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